segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A preto e branco?

De uma lista enorme, escolhi o mais improvável.

Uns eram recentes, outros nem por isso. Muito cor de rosa ou azuis, cores neutras e suaves... Escolhi aquele que falava a preto e branco. Na verdade mais a preto do que a branco.

Nessa noite não conseguia dormir... insónias como as que me atacam hoje, ou talvez não... seriam mais aquele tipo de insónias de quem acabou de tomar uma decisão difícil. O convite de uma amiga de há muitos anos para ir beber um café soube muito bem. Com uns quantos colegas dela que eu já conhecia, outros nem por isso. Ali estava eu no meio de alguns futuros psicólogos e professores.

Foi então que um deles me disse:

- Já sei que vais para a Associção. Como te sentes?
- Um bocado nervosa... Na verdade muito. Como é que é aquilo?

Ele também estava lá trabalhar. Ele no centro de jovens (dos 14 aos 18 anos). Eu ia para o centro sócio-educativo (dos 4 aos 14).

- Bem, não é fácil. És mulher, tens essa vantagem. Aceitam melhor as mulheres do que os homens. Sou visto como uma espécie de autoridade demasiado severa, ou de fonte de competição. O meu carro que o diga. - Sorriu.

Sorri também. Aquela conversa não era bem o que estava à espera. Demasiado sincera, acho.

- Mas foste tu que escolheste, certo?
- Sim.
- Isso é bom. Se escolheste é porque de certa forma gostas desse tipo de trabalho.

Sorri. Foi, realmente, por isso que o escolhi. Mas isso não atenuava o meu nó no estômago.

- Não vai ser fácil, mas o mais importante é que gostas e vais ver que isso te ajuda a superar as dificuldades.

Já foi há dois anos e continuo a ter saudades...